O transtorno do pânico é um dos problemas psicológicos mais incapacitantes e frequentes da atualidade. Além de causar sofrimento intenso e persistente, pode atrapalhar ou impedir pessoas de realizarem tarefas simples ou desfrutar de atividades anteriormente prazerosas. Ao mesmo tempo, o tratamento do transtorno na maioria dos casos é relativamente simples, desde que haja encaminhamento psicológico adequado. Muitas pessoas passam meses, anos, ou a vida inteira sofrendo os sintomas de pânico. Isso acontece por falta de uma boa compreensão do funcionamento do transtorno, e pela carência de tratamento especializado.
Na minha experiência no tratamento de pessoas com sintomas de pânico, costumo observar melhoras tangíveis no quadro do transtorno em uma ou duas sessões, e a alta do processo terapêutico geralmente acontece de dois a três meses. A remissão completa depende de certos fatores de vida do cliente. Já ouvi relatos de pessoas que observaram melhora nos sintomas apenas assistindo minhas aulas sobre o transtorno. Sabendo que a simples informação pode gerar resultados positivos, decidi escrever um texto para falar um pouco sobre esse problema. Em seguida irei descrever o que é o transtorno do pânico, como funciona, como é o tratamento, e quais fatores estão ligados a melhor ou pior prognóstico a partir de minha experiência clínica.
Na minha experiência no tratamento de pessoas com sintomas de pânico, costumo observar melhoras tangíveis no quadro do transtorno em uma ou duas sessões, e a alta do processo terapêutico geralmente acontece de dois a três meses. A remissão completa depende de certos fatores de vida do cliente. Já ouvi relatos de pessoas que observaram melhora nos sintomas apenas assistindo minhas aulas sobre o transtorno. Sabendo que a simples informação pode gerar resultados positivos, decidi escrever um texto para falar um pouco sobre esse problema. Em seguida irei descrever o que é o transtorno do pânico, como funciona, como é o tratamento, e quais fatores estão ligados a melhor ou pior prognóstico a partir de minha experiência clínica.
Como o transtorno de pânico é diagnosticado
O transtorno de pânico quase sempre é diagnosticado quando sintomas
físicos recorrentes parecem não ter causa médica. Taquicardia, falta de ar,
sudorese, tontura, tremores, dores ou desconforto abdominal, obstrução da
garganta e visão embaçada são alguns sintomas comuns. Qualquer pessoa que sofra
sintomas desse tipo tende a acreditar que está doente, e naturalmente busca
ajuda médica para descobrir o que tem. Após passar por uma bateria de exames e
não ser constatada causa orgânica, é levantada a hipótese de que as alterações
corporais sejam sintomas de pânico.
O problema da forma como o diagnóstico é recebido é que tende-se a
encarar o transtorno do pânico da mesma forma que se pensam as doenças
orgânicas. Alguém exposto a certa bactérias pode contrair uma infecção e sentir
dores, febre e fraqueza. É correto dizer que a infecção causou tais sintomas. O
mesmo raciocínio não vale para o transtorno do pânico. Não existe um vírus,
agente patogênico ou defeito neurológico que leve alguém a sentir os sintomas
de pânico. “Transtorno do pânico” é apenas um termo descritivo, e não a causa
do problema. Encarar o pânico como doença pode levar o indivíduo a uma postura
passiva diante daquilo que está acontecendo com ele, e isso certamente diminuirá
bastante suas chances de melhora. As causas do transtorno de pânico têm a ver
com hábitos comportamentais e mentais, com o estilo de vida e com o ambiente da
pessoa. Abaixo irei descrever que fatores podem levar ao desencadeamento do
transtorno.
Como funciona o transtorno do pânico
O transtorno do pânico é um transtorno de ansiedade. Para que se
entenda o pânico, é necessário entender como funciona a ansiedade.
Nosso corpo é biologicamente preparado para reagir de formas bastante
específicas diante de uma ameaça. Alguém que esteja dentro de um quarto fechado
durante um incêndio não se beneficiará de um estado corporal de tranquilidade e
relaxamento. É vantajoso que seu corpo atinja um elevado estado de ativação e
prepare-se para enfrentar o problema. A ansiedade não é nada além do que isso:
o corpo se preparando para enfrentar uma ameaça ou um problema. Aquilo que é
interpretado como ameaça varia de pessoa para pessoa: uma cara feia ou um
boleto atrasado podem ser percebidos como bastante ameaçadores, gerando ansiedade.
Quando sentimos ansiedade diante de um problema externo e adotamos
algum tipo de ação para enfrentá-lo, a ansiedade não costuma ser um problema:
ela é momentânea, e termina assim que o problema deixa de estar presente. No
entanto, não só uma ameaça externa gera ansiedade, mas também sinais internos:
um pensamento referente a um problema ou ameaça pode gerar estados de ansiedade
bastante intensos. Isso pode ser bastante problemático para pessoas que ocupam
a maior parte do seu tempo pensando em problemas e preocupações. Pessoas assim
serão cronicamente ansiosas.
Uma pessoa ansiosa, ou seja, aquela que passa a maior parte do tempo
ruminando preocupações e antecipando problemas, tipicamente experiencia um
estado corporal constante de pequena ansiedade, e habituou-se a tal ponto que
considera normal. Pode sentir-se constantemente angustiada, irritada, cansada,
ter dificuldade para dormir, para concentrar-se e sentir dores ou desconfortos
sem causa aparente. O fato de estar acostumada com esse estado não quer dizer
que seja inofensivo. Uma pessoa ansiosa é especialmente atenta e sensível a
situações potencialmente ameaçadoras, e se sentirá ainda mais ansiosa diante de
novos conflitos.
Um ataque de pânico é uma crise intensa de ansiedade. Quase sempre ocorre
pela primeira vez em um momento de bastante estresse na vida de uma pessoa
ansiosa. Ao contrário do que acontece com esse estado brando e constante de
ansiedade, os sintomas de uma crise de pânico são difíceis de se ignorar:
taquicardia, falta de ar, tontura, formigamentos. Como os sintomas parecem vir
do nada, os pensamentos típicos são “estou morrendo”, “vou ter um AVC”, “estou
ficando louco”, ou algo igualmente trágico. Desnecessário dizer, sensações
corporais tão ruins acompanhadas de pensamentos tão catastróficos compõem uma
experiência terrível. A reação típica é buscar ajuda médica. Exames não revelam
nenhuma causa física, o que deixa o problema ainda mais assustador: se a crise
vem do nada, ela pode voltar a qualquer momento!
O que transforma um ataque de pânico em um transtorno de pânico é o
medo da crise. Esse medo se expressa através de constantes pensamentos de
antecipação. A pessoa passa a pensar que pode voltar a passar mal a qualquer
hora. Como foi dito acima, um pensamento que antecipa ameaça gera ansiedade.
Preocupar-se com ter uma crise gera ansiedade. Os sinais corporais da ansiedade
são bastante semelhantes aos sintomas da crise de pânico, ainda que em menor
escala. Só que uma pessoa com transtorno de pânico é especialmente vigilante
aos próprios estados corporais, e ao menor sinal de ansiedade pensará que está
prestes a ter uma crise. O pensamento “vou ter uma crise!” gera ainda mais
ansiedade, o que de algum modo confirma sua suspeita. Esse ciclo de pensamentos
e sinais corporais pode crescer a ponto de efetivamente resultar em uma crise.
Sem saber o que fazer, aquele que sofre desse ciclo tende a adotar uma de três
estratégias: buscar ajuda médica; abandonar o que está fazendo (e às vezes ir
para casa); tomar um remédio ansiolítico. Todas essas estratégias promovem
alívio momentâneo, mas de forma alguma resolvem o problema.
Em síntese, o transtorno do pânico é isso: o medo de sentir medo. Isso
gera um paradoxo, pois é justamente esse temor que gera os sintomas temidos.
Para lidar de forma efetiva com o transtorno do pânico, é necessário quebrar
este ciclo.
O tratamento do transtorno do pânico
O tratamento do transtorno do pânico costuma seguir etapas bastante
regulares, que são a psicoeducação, o controle respiratório, a parada de
pensamentos e a exposição.
Psicoeducação
O primeiro e mais importante passo do tratamento do transtorno de
pânico é a psicoeducação, ou seja, o esclarecimento de o que é esse transtorno.
Tentei fazer um pouco disso na seção anterior. O mais importante dessa etapa é
que duas ideias principais fiquem bem claras:
VOCÊ NÃO VAI MORRER. Nem ter um infarto, nem ficar sem ar. É
pouquíssimo provável que desmaie. O pior que pode acontecer é que você se sinta
bastante ansioso, nada além disso. O pânico não representa um risco real.
SEU PENSAMENTO É SEU INIMIGO. Seu pensamento vai ficar acelerado
buscando uma solução para o problema. Mas o pensamento é o problema. Quanto
mais você engajar seu pensamento na busca de soluções para sua ansiedade, pior
sua ansiedade ficará.
Isso deve ser bastante enfatizado. Obviamente, para assegurar alguém de
que ela não está correndo risco real, é necessário que possíveis patologias
físicas tenham sido descartadas.
A compreensão dessas noções tende a gerar algum alívio, mas não é
suficiente. O próximo passo é aprender a lidar com os sintomas físicos de
ansiedade. Isso pode ser feito através de técnicas de relaxamento, sendo a
principal delas a respiração diafragmática.
Controle respiratório
A respiração de uma pessoa ansiosa tende a ser rápida e encurtada.
Respirar corretamente pode controlar e interromper o crescimento dos sintomas
físicos de ansiedade. A respiração apropriada para relaxamento tem duas
características principais: ela é diafragmática e lenta. Para ilustrar melhor o
que esses dois conceitos significam, sugiro vídeos a seguir.
Algumas variações sugerem inspirar pelo nariz e soltar pela boca, ou
respirar através de um saco, ou segurar o ar por um tempo depois da inspiração.
Não costumo recomendar essas coisas porque artificializam a respiração, e é
importante que ela seja bastante natural.
Minha recomendação habitual é: 1) pratique a respiração 5 minutos na
primeira semana; 2) execute a respiração adequada imediatamente a qualquer
sinal de ansiedade no corpo.
A prática diária serve para exercitar a respiração, que pode ser
difícil para algumas pessoas. É importante que o exercício seja feito em um
momento de concentração, e não quando se está vendo TV ou dirigindo. Utilizar
uma contagem durante a respiração ajuda a afastar pensamentos indesejados.
Quando utilizada logo no início dos sinais, a respiração costuma
eliminá-los em poucos segundos, não sendo necessários os cinco minutos. Quando
a crise já estiver intensa, é pouco provável que alguém consiga controlar a
própria respiração.
Crises de ansiedade ou pânico não vêm abruptamente. Elas começam com
pequenos sinais de ansiedade, e vão escalonando de acordo com o ciclo citado
anteriormente. O uso adequado e disciplinado de técnicas de respiração costuma
prevenir completamente crises intensas.
Parada de pensamento
Pense em uma cobra. Agora pense em um avião cor-de-rosa. Pense no seu
filme preferido. Pense no que você estava fazendo há 1 hora. Temos
razoável controle sobre nossos pensamentos, embora nem sempre tenhamos
consciência disso, e nem sempre saibamos exercitar esse controle de forma vantajosa.
Assim como temos uma rotina de ações, ou seja, fazemos mais ou menos as mesmas
coisas da mesma forma todos os dias, também temos uma rotina de pensamentos:
pensamos as mesmas coisas da mesma forma todos os dias. Quando não nos
esforçamos para exercer controle voluntário sobre os pensamentos, eles seguem
uma espécie de piloto automático, repetindo pensamentos com os quais estamos
mais habituados. Como dito anteriormente, pessoas ansiosas rotineiramente pensam
em problemas e preocupações. Assim como acontece com as ações, mudar a rotina
de pensamentos é extremamente difícil, mas necessário para se vencer a
ansiedade.
Em se tratando de transtorno do pânico, o primeiro passo para se livrar
dos pensamentos de antecipação da crise é entender que eles são irracionais e
perigosos. Falamos um pouco disso acima. Saber que os pensamentos são absurdos,
no entanto, não é suficiente para se livrar deles. Eles continuam voltando
insistentemente como uma criança birrenta, e é grande a tentação de dar atenção
a eles.
Um exercício importante para o controle do pânico é a parada de
pensamento. Ao primeiro sinal do pensamento catastrófico (alguma variação de “vou
ter uma crise”), é necessário interromper a cadeia de pensamentos. Isso pode
ser feito com um comando mental enfático do tipo “PARE!”. Note que, assim como um
pedido educado em voz baixa de “por favor, pare” pode não surtir muito efeito
para interromper a birra de uma criança, ele pode não ser eficaz na parada dos
seus pensamentos negativos. Por isso um grito “PARE!” ou “CHEGA!” é preferido. Obviamente
você não precisa gritar em voz alta, mas seja enfático no seu grito interno.
O “PARE!” pode afastar o pensamento indesejado por um tempo, mas é certo
que ele voltará. Isso não quer dizer que a técnica não funciona. Há dois
segredos para um uso bem sucedido da parada de pensamento:
1) Insista. Os pensamentos não cessarão completamente depois do
primeiro comando. Geralmente é necessário repeti-lo dezenas, ou até centenas de
vezes até que o pensamento comece a se enfraquecer. Na minha experiência, o
primeiro dia costuma ser o mais difícil; a partir do segundo dia o pensamento
começa a enfraquecer. Mesmo assim é importante continuar com a parada, porque
dar vazão ao pensamento faz com que ele se fortaleça novamente.
2) Procure alternativas. A cabeça não fica vazia. Ao se livrar do
pensamento negativo, você vai pensar em que? Em que deveria focar sua atenção? A
resposta dessa pergunta é difícil para muitas pessoas. Quando em meio a alguma
atividade importante, procure focar sua atenção naquilo que está fazendo. Em
contextos que exigem menos atenção (como dirigir, ou ficar deitado), procure
ocupar a cabeça com projetos pessoais ou planos interessantes. Ao contrário do
que muita gente acredita, o ideal aqui não é trocar um pensamento ruim por um pensamento
positivo. Por mais que você tenha uma lembrança agradável das férias para pensar,
dificilmente ela será suficientemente interessante para ocupar horas do seu
pensamento que geralmente eram ocupadas com pensamentos ruins.
Considero que o controle do pensamento é ao mesmo tempo a parte mais
difícil e mais importante do controle da ansiedade e do pânico. Pense nesse
controle como um músculo: quanto mais você exercita, mais forte ele fica. Por
isso é esperado que seja difícil e desgastante no começo, mas com o tempo passa
a ser algo mais natural e tranquilo.
Exposição
O medo impede que façamos coisas. Pessoas com transtorno do pânico
adotam diversas medidas de evitação: evitam sair ou ficar longe de casa, evitam
lugares cheios, evitam ficar longe de saídas. Também tomam medidas de
precaução, como andar sempre com medicamentos ou conferir a própria pressão com
frequência. São maneiras que utilizam para prevenir uma aparente ameaça.
Ainda que todos esses comportamentos provoquem algum tipo de alívio
imediato, a longo prazo fortalecem a ansiedade e a gravidade do transtorno. Cria-se
a ilusão de que essas medidas são necessárias, e tornam-se
muletas. Alguém com transtorno de pânico severo pode se tornar uma pessoa
dependente e sentir dificuldade de realizar muitas atividades diárias.
Conhecendo o funcionamento do transtorno e sabendo controlar sua ansiedade
física e seus pensamentos negativos, o passo final do tratamento do pânico é a
exposição a situações temidas. É necessário enfrentar aquilo que se evita, e abandonar os comportamentos de precaução. Isso deve ser feito de forma
planejada e gradual, de acordo com o reconhecimento dos limites de cada um.
Existe um equilíbrio delicado entre cuidado e coragem: expor-se a algo para que
não se está preparado pode agravar o problema; no entanto, uma pessoa ansiosa
nunca se sentirá totalmente preparada e motivada para encarar situações
ameaçadoras, de forma que é preciso vencer os próprios limites.
A forma exata como isso é feito varia muito de caso para caso. Costuma
ser mais fácil com a ajuda de uma outra pessoa, especialmente se essa pessoa
tiver uma postura adequada - que não
seja de excessiva cobrança e crítica.
Quando e como procurar ajuda
Se você sente sintomas físicos e acredita que podem ser de pânico,
recomendo que procure primeiro um médico. É fundamental saber se esses sintomas
são resultados de alguma patologia física, ou se são de origem psicológica. Mas caso você tenha se identificado com muito do que foi falado acima, muito provavelmente o
que sente é mesmo o transtorno do pânico.
Identificado o pânico, minha recomendação inicial é que não procure um
psiquiatra. Ele lhe receitaria remédios para redução dos sintomas de ansiedade,
e muitas vezes esses remédios tem o mesmo efeito que o controle respiratório. Além
disso, têm pouco ou nenhum efeito sobre pensamentos negativos e comportamentos
de evitação. O transtorno de pânico não se trata com remédios, embora eles
possam auxiliar no alívio dos sintomas.
Procure seguir as orientações que descrevi acima. Se não forem
suficientes, procure um psicoterapeuta qualificado para trabalhar especificamente
com esse tipo de problema. Qualquer tratamento psicológico adequado do
transtorno de pânico deve seguir em algum grau as recomendações que dei acima –
se ele se distanciar muito, desconfie. Se mesmo seguindo um tratamento que
pareça fazer sentido os sintomas físicos ainda forem muito incômodos, o uso de
medicamentos poderá ajudar a reduzir a ansiedade, sendo necessária a ajuda de
um psiquiatra.
Tudo aquilo que reduz ansiedade também será útil para o controle dos sintomas de pânico. Recomenda-se a prática de exercícios físicos, da meditação, e de atividades agradáveis e tranquilas.
Prognóstico
Com tratamentos nos moldes que descrevi acima, o quadro do pânico
costuma melhorar muito rapidamente. Em poucas semanas a pessoa pode voltar a
viver uma vida completamente normal. O tratamento pode demorar mais quando ele
é iniciado muitos anos após a persistência do transtorno, mas ainda assim o
prognóstico costuma ser bom.
O prognóstico do transtorno tende a ser pior quando há fortes fatores
geradores de ansiedade na vida da pessoa: conflitos interpessoais, rotina de
trabalho muito pesada, outros transtornos psicológicos, ou qualquer problema sério
o qual se tenha dificuldade para enfrentar. Ansiedade envolve mais do que
hábitos mentais – é uma resposta a determinados estilos de vida. É ilusório e praticamente
impossível que se atinja uma remissão completa dos sintomas sem importantes
mudanças no estilo de vida. Quando essas mudanças não são atingidas, é esperado
que o pânico, ainda que melhor, mantenha-se em um nível baixo porém crônico. A
ansiedade permanece lá, como um aviso de que existe alguma coisa errada.